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“Perdeu, mané. Não amola.”
(Luís Roberto Barroso)
Há mais de 30 anos, nos meus tempos de militante esquerdista, eu trabalhava em um sindicato cujo diretor, Juliano, era também pai-de-santo. Certa vez, ao fim do expediente, chamou-me de lado e disse:
― Filho, é verdade que você mora em uma república com quintal?
― Sim, é verdade, Juliano.
― Então você pode me fazer um favor?
Houve um instante de silêncio. O sindicalista então completou:
― Pode guardar por um dia um bode no seu quintal?
Engoli em seco.
― Bom, Juliano... Eu não moro sozinho. Tenho que perguntar se os outros caras da república topam.
Chegando em casa, expus a solicitação do sindicalista aos outros moradores da república. Todos ficaram indignados. Meu primo Beto, criado em cidade pequena, exaltou-se:
― Paulo Antônio, você sabe o que um bode é capaz de fazer? Ele ataca as pessoas, vai comer as roupas do varal e fede mais que um gambá.
No dia seguinte, comuniquei ao sindicalista que a proposta não fora aprovada na assembleia da república.
Corria o ano de 1992. Pouco antes, a União Soviética havia sido extinta. Lembrei-me, então, de uma anedota sobre o comunismo (eu já as colecionava na época, mesmo sendo esquerdista).
Em Moscou, 20 pessoas de quatro famílias diferentes dividiam um pequeno apartamento comunal. A vida era uma tortura: brigas, sufoco, sujeira, bagunça, promiscuidade.
Um dia, bate à porta um funcionário do Partido Comunista. Trazia pela mão um bode amarrado e declarou:
― Camaradas, a partir de hoje vocês terão que ficar com este bode no apartamento!
O que era tortura virou o próprio inferno. O bode comia roupas, destruía móveis, emporcalhava o chão, atacava as pessoas, além de feder horrivelmente.
Uma semana depois, o funcionário do Partido bate à porta novamente.
― Camaradas, podem devolver o bode!
Sem a presença do terrível animal, todos ficaram felizes.
A história do bode russo ilustra perfeitamente o que aconteceu com a libertação (parcial e condicional) de Débora Rodrigues.
O caso de Débora era só um na montanha de escândalos e crimes judiciais cometidos contra os reféns de 8 de janeiro.
O alvará de soltura de Débora é um texto infame, humilhante, digno dos regimes totalitários. Da mesma forma que aconteceu com Filipe Martins, ela saiu da prisão, mas nem de longe ganhou a liberdade.
Depois de passar dois anos na prisão por um motivo absurdo, recebeu uma mísera alforria condicional somente após as manifestações de revolta do país inteiro.
Débora Rodrigues deixou de ser uma prisioneira para continuar refém
Há hoje centenas de bodes russos colocados pelo regime PT-STF para atormentar e destruir as vidas de brasileiros inocentes e suas famílias.
São mulheres e homens, trabalhadores e idosos, réus primários e inofensivos, cujo único crime foi questionar o golpe socialista de 2022. Enquanto eles são esquecidos em celas fétidas, o Tribunal da Vergonha continuará realizando os seus julgamentos farsescos.
O problema em Moscou não era o bode russo, era o regime comunista.
O problema em Brasília não era Débora Rodrigues, é o Déspota.
Demos graças a Deus por Débora estar de volta à sua família (ao menos por enquanto). Mas sigamos lutando pela anulação de todas as condenações do 8/1 e o impeachment do Imperador Calvo.
A Revolta do Batom não pode parar. Que Deus tenha piedade de Débora Rodrigues. Que Deus tenha piedade de todos os reféns do Tribunal da Vergonha. Que Deus tenha piedade do Brasil.
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Conteúdo editado por: Aline Menezes