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"Omissão"

Educafro quer indenização de R$ 750 milhões da CBF e Conmebol por racismo

O frei David Santos, fundador e diretor da Educafro. (Foto: Pedro França/Agência Senado)

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Conhecida por ingressar com ações civis públicas milionárias contra empresas e pessoas para supostamente combater o “racismo estrutural”, a ONG Educafro, busca a responsabilização da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) por “omissão” no combate ao racismo.

Em ação protocolada na sexta-feira (21), a ONG diz que a CBF e a Conmebol  têm sido "omissas e coniventes com o racismo no futebol, aplicando punições brandas e não adotando medidas eficazes para prevenir e reprimir atos racistas". Como “reparação”, a Educafro pede indenização de 20% do faturamento bruto anual das duas entidades, o equivalente a R$ 750 milhões, por “danos morais coletivos causados contra a comunidade afro-brasileira”, a ser destinada ao fundo de reconstituição dos bens lesados, além de exigir que a Conmbeol defina um representante legal no Brasil. “A intervenção do Judiciário brasileiro se faz necessária para assegurar a devida reparação do dano coletivo, bem como para exigir compromissos efetivos da entidade desportiva na prevenção e repressão de manifestações racistas em suas competições", alega a Educafro.

A ação cita como exemplo de falta de compromisso das entidades com o combate ao racismo a recente declaração do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, que disse que a Copa Libertadores sem a participação de clubes brasileiros seria "como Tarzan sem a Chita". Outro caso citado é do jogador Luighi, que em uma partida entre o Palmeiras e Cerro Porteño, no Paraguai, pela Libertadores Sub-20 foi alvo de ofensas.

Nos últimos anos, a Educafro, fundada pelo frei David Santos, esteve à frente de diversas ações parecidas, como a movida contra as empresas do mercado financeiro XP e Ável Investimentos por “falta de diversidade” em 2021. A ação foi motivada por uma foto tirada no terraço da sede da Ável, que mostrava uma centena de funcionários da empresa. Na maioria, os funcionários eram homens, brancos e jovens, o que foi considerado pela Educafro e outras entidades que apoiaram a ação, uma prova de existiria “uma conduta discriminatória nas empresas que exclui negros, mulheres, pessoas com mais de 40 anos e portadores de deficiência”. Por danos morais e coletivos, a Educafro pediu R$ 10 milhões das empresas.

A ação só foi encerrada no ano seguinte, após acordo da Educafro com as empresas. A Ável se comprometeu a concluir o plano de letramento em Diversidade e Inclusão, e a criar processos seletivos com vagas exclusivas para “populações vulnerabilizadas”, notadamente negros e mulheres.

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