Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Café com a Gazeta do Povo

Surge o “Movimento dos Trabalhadores Com Terra” para combater invasões

Em entrevista ao Café com a Gazeta do Povo advogado explica criação do Movimento dos Trabalhadores Com Terra.
Em entrevista ao Café com a Gazeta do Povo advogado explica criação do Movimento dos Trabalhadores Com Terra. (Foto: Reprodução Youtube/Gazeta do Povo)

Ouça este conteúdo

Em entrevista ao programa Café com a Gazeta do Povo, o advogado Marcelo Barizon apresentou o “Movimento dos Trabalhadores Com Terra”, criado como resposta às invasões de propriedades rurais. A iniciativa foi divulgada com exclusividade pela jornalista e comentarista política Cristina Graeml durante o programa.

Barizon explicou que o movimento surgiu após sucessivas invasões a uma propriedade rural em Santa Catarina, que já foi invadida quatro vezes e está envolvida em uma longa disputa judicial. Segundo ele, há uma decisão transitada em julgado que garante a posse da área e impede novas invasões pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Diante da ameaça de uma quinta invasão, decidiu-se criar um movimento de resistência, disse o advogado. “O brasileiro espera que tudo se resolva de fora para dentro. Ninguém enfrenta diretamente os problemas. Precisamos agir, e foi por isso que criamos esse movimento”, afirmou Barizon.

Ele destacou a rápida adesão espontânea em várias regiões do país. “Foi muito bem aceito, tornou-se algo orgânico e voluntário. A adesão foi surpreendente, e agora temos a responsabilidade de levar isso adiante. Muitos produtores viram no movimento a única forma eficaz de se defender: assumindo o protagonismo na defesa de seus interesses”, declarou.

Barizon confirmou que diversas lideranças do agronegócio e figuras políticas participarão de um encontro no sábado, no interior de Santa Catarina. “Queremos mostrar ao Brasil, por meio dos meios de comunicação, que ainda existem pessoas honestas no país”, disse.

O advogado também denunciou irregularidades no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), citando casos de suposta falsificação de documentos para classificar terras produtivas como improdutivas, em desacordo com laudos judiciais. “Usam o georreferenciamento pago pelo proprietário e registram a área com uma nova matrícula para tomar posse do terreno. Isso é inadmissível”, afirmou. Segundo ele, o profissional responsável pelo georreferenciamento já adotou medidas legais contra o uso indevido de seu trabalho.

Barizon criticou o uso do termo “sem terra”, argumentando que muitos produtores, assim como ele, podem não ter a terra registrada em seu nome individualmente. Ele também questionou o interesse do MST por áreas produtivas e bem localizadas, em detrimento de terras devolutas e isoladas. “Eles não querem terras de difícil acesso, mas áreas com asfalto e boa localização. Passou da hora de desmascararmos essa realidade e expormos a verdade. Nosso movimento é a única forma de combater isso e criar um contraponto”, concluiu.

O Café com a Gazeta do Povo vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 7h às 9h30, ao vivo de Curitiba, com apresentação de Guilherme Oliveira, e de São Paulo, com Lucas Saba.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

OSZAR »