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O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, defendeu nesta quinta-feira (1º) a permanência de Carlos Lupi à frente do Ministério da Previdência. Lupi está sob pressão após a operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União (CGU) que revelou um esquema bilionário de fraudes no INSS.
"Não tem nada que desabone o ministro, nenhum indício de envolvimento dele", afirmou Macêdo a jornalistas durante evento do Dia do Trabalho organizado por centrais sindicais em São Paulo. Ele representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que preferiu não participar dos atos de 1º de maio.
Questionado por jornalistas sobre o escândalo no INSS, o ministro defendeu a atuação do governo Lula no caso. "O governo fez a parte dele, que é investigar seriamente. Os órgãos de controle agiram de forma muito eficaz e o governo tomou a decisão rápida de afastar as pessoas que tinham algum tipo de relação", disse.
Macêdo assegurou ainda que "quem estiver envolvido será punido no rigor da lei". "O processo vai continuar, quem estiver envolvido nesse processo que pague. E [é preciso] separar o joio do trigo, para que os aposentados não sejam prejudicados e que esse recurso que foi desviado possa ser devolvido a quem é de direito".
O escândalo no INSS
As investigações da Polícia Federal apontaram que o esquema no INSS, que funcionava desde 2019, causou um rombo estimado em R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos. Segundo os investigadores, o grupo atuava com apoio de servidores públicos e fazia uso de documentos falsificados, laudos médicos adulterados e acessos indevidos aos sistemas do instituto para aprovar aposentadorias e pensões ilegítimas.
Durante a deflagração da operação, batizada de Falso Egide, a Justiça determinou o afastamento de cinco servidores do alto escalão do INSS, além da prisão preventiva de seis suspeitos e o bloqueio de R$ 50 milhões em bens. O governo tem prometido devolver o dinheiro descontado indevidamente de aposentados e pensionistas, mas não especificou quando e como isso será feito.