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PL da Anistia

Governo vai tentar retirar pelo menos 20 assinaturas do PL da Anistia, diz líder do PT

Lindbergh Farias
Lindbergh Farias afirma que retirada de assinaturas, embora não seja possível, será "simbólica" perante o presidente da Câmara. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara dos Deputados, afirmou nesta terça (15) que o governo vai trabalhar para que, pelo menos, 20 deputados de partidos da base retirem as assinaturas do projeto de lei que pretende conceder anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

O requerimento de urgência foi protocolado na segunda (14) com a assinatura de 262 deputados, 5 a mais do que o mínimo necessário para encaminhar a proposta. Destes, 146 são de parlamentares de partidos que possuem ministérios e cargos no governo, como o União Brasil, o PP, o Republicanos, o PSD e o MDB.

“Não é razoável alguém que se diga do governo, que tem espaço no governo, que se aproveite de ações do governo pra capitalizar politicamente, que apoie e assine um projeto desse. São questões inconciliáveis, porque seria a gente topar que alguém assinasse a anistia de alguém que tentou matar o [presidente] Lula”, disse Lindbergh em entrevista à GloboNews.

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De acordo com ele, o governo fará uma espécie de corpo-a-corpo com deputados que têm indicados a cargos para retirar as assinaturas e mostrar ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não há um consenso em fazer a urgência tramitar.

No entanto, a retirada de assinaturas de uma proposta de lei não é possível após o protocolo, segundo o regimento da Câmara. Mas, Lindbergh afirma que o desembarque de deputados será simbólico perante Motta.

“Eles [a oposição] conseguiram, tem o requerimento de urgência. Agora, pra gente também tem um peso político se a gente disser ‘olha, 20 deputados retiraram, Motta’. A gente dá um argumento a mais pra ele”, pontuou o líder do PT.

Lindbergh diz já ter conversado com o presidente da Câmara de que “seria uma irresponsabilidade, uma insanidade pautar esse projeto”. “Não é o governo que está retaliando, é o deputado [que tem indicado a cargo] que está fazendo uma opção de romper com o governo”.

Ele afirmou que o governo deve chamar um a um para cobrar um posicionamento sobre a proposta. Ainda segundo Lindbergh, Hugo Motta não pautará o projeto.

“Quando eu falo da retirada de assinaturas, é para dar mais conforto a ele. Hugo Motta não vai pautar isso. Ele sabe que é comprar uma crise institucional gigante no país, parar o país, provocar o Supremo [Tribunal Federal]. Eles [oposição] não tem nem sofisticação pra propor algo mais elaborado”, completou.

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Hugo Motta afirmou mais cedo que a decisão sobre quais projetos devem avançar na Câmara será tomada pelos líderes partidários. A fala sinaliza que ele pretende transferir para os próprios deputados a responsabilidade sobre pautar ou não o andamento do requerimento de urgência.

“Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho. É preciso também ter responsabilidade com o cargo que ocupamos, pensando no que cada pauta significa para as instituições e para toda a população brasileira”, disse em uma postagem nas redes sociais.

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