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Presidentes do Brasil, África do Sul e Espanha

Em artigo, Lula, Ramaphosa e Sánchez defendem “taxação da riqueza global”

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Os presidentes do Brasil, da África do Sul e da Espanha " Lula, Cyril Ramaphosa e Pedro Sánchez (Foto: Ricardo Stuckert/PR - KIM LUDBROOK/Pool via REUTERS - Juan Carlos Hidalgo/EFE)

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Os presidentes do Brasil, da África do Sul e da Espanha - Lula, Cyril Ramaphosa e Pedro Sánchez - publicaram um artigo de opinião em que defendem a “taxação da riqueza global”. De acordo com os três presidentes, o ano de 2025 “será decisivo” para enfrentar questões ligadas ao multilateralismo e o protagonismo do Sul Global.

Intitulado, “Unindo forças para superar desafios globais”, o artigo foi publicado no jornal brasileiro O Globo e no francês Le Grand Continent, nesta quinta-feira (6).

No texto, os presidentes defendem que a abordagem sobre o combate à desigualdade seja feita “por meio de uma arquitetura financeira renovada”, de modo que se dê mais “visibilidade” aos países do Sul Global.

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“É preciso avançar nas iniciativas de alívio da dívida, promover mecanismos de financiamento inovadores e identificar e abordar as causas do alto custo do capital para a maioria dos países em desenvolvimento. O G20, sob a presidência da África do Sul, prioriza essas três áreas. Ao mesmo tempo, a reunião do FfD4, em Sevilha, será um momento decisivo para assegurar compromissos em direção a uma cooperação financeira internacional mais robusta para o desenvolvimento sustentável, incluindo o aprimoramento da taxação da riqueza global e externalidades negativas, a melhoria das estratégias de mobilização de recursos domésticos e a canalização mais impactante e efetiva dos Direitos Especiais de Saque”, dizem os presidentes em um trecho do artigo.

Agenda comum

Os três líderes apostam nos encontros na 4ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FfD4), em Sevilha (Espanha); na 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), em Belém (Brasil); e na Cúpula do G20, em Joanesburgo (África do Sul), para avançarem nas pautas encampadas pelos três países.

“A confiança no multilateralismo está sob tensão; e, no entanto, nunca houve tanta necessidade de diálogo e cooperação global. É preciso reafirmar que o multilateralismo, quando se reveste de ambição e se orienta à ação, continua sendo o veículo mais efetivo para abordar desafios compartilhados e avançar em áreas de interesse comum”, diz outro trecho.

“Precisamos consolidar os sucessos do multilateralismo, especialmente a Agenda 2030 e o Acordo de Paris. G20, COP30 e FfD4 devem servir como marcos de um compromisso renovado com a inclusão, o desenvolvimento sustentável e a prosperidade compartilhada. Isso exigirá forte vontade política, plena participação de todos os atores relevantes, mentalidade criativa e a habilidade de compreender os condicionantes e as prioridades de todas as economias”, continua.

Financiamento climático

O artigo ainda defende um “financiamento climático justo” para a transição dos países em “direção a um desenvolvimento limpo”.

Os presidentes querem aproveitar a COP30, em Belém, para tratar do tema e estabelecer ações concretas.

“Sob a convenção da mudança do clima, os pilares fundamentais para a COP30 incluirão a submissão, por todas as partes, de novas e ambiciosas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e o Roteiro Baku-Belém, que estabelece o aumento do financiamento da ação climática aos países em desenvolvimento, de todas as fontes públicas e privadas, para ao menos US$ 1,3 trilhão por ano até 2035”, diz o texto.

“Precisamos aumentar significativamente o financiamento para a adaptação climática, alavancar os investimentos do setor privado e assegurar que os Bancos Multilaterais de Desenvolvimento assumam papel mais relevante no financiamento climático”, destacam os presidentes.

Por fim, os três líderes dizem que há necessidade de “uma resposta global e inclusiva às ameaças globais” em um “mundo cada vez mais fragmentado”.

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