Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Governador de Góias

Caiado diz que PEC da Segurança é “armadilha” para os estados e critica SUSP

Governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em coletiva de imprensa, nesta terça (8). (Foto: Ana Carolina Curvello/Gazeta do Povo)

Ouça este conteúdo

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, criticou nesta terça-feira (8) a PEC da Segurança Pública, apresentada pelo governo federal. Segundo ele, a proposta é uma "armadilha" para os estados e visa apenas manter a concentração de poder no Ministério da Justiça.

O texto atual da PEC dá ao governo federal o poder de estabelecer uma política e fazer um plano nacional de segurança pública e defesa social. Ele cria um sistema único, que vem sendo apelidado de SUS da Segurança Pública, e dá ao governo a capacidade de legislar sobre normas e financiamento da segurança pública e do sistema prisional.

VEJA TAMBÉM:

"Quando você tem uma diretriz federal, ela sobrepõe a diretriz geral do Estado. Então, por exemplo, no meu Estado, em Goiás, eu tenho comando. Então, faccionado não tem visita íntima. Pelo Ministério da Justiça, eles vão querer. O dia que eu controlei as penitenciárias foi o maior avanço que eu consegui no combate à criminalidade. É uma decisão, minha", declarou o governador em uma coletiva de imprensa, na inauguração da Casa da Liberdade.

Outro ponto destacado por Caiado foi a autonomia dos estados na escolha do armamento utilizado pelas forças de segurança. "Quem decide sou eu. Não vou enfrentar faccionado levando minha polícia com arma não letal", declarou. Em seguida, ele reforçou: "Estamos em uma guerra não declarada, e o governo não tem coragem de enfrentar as facções. Por isso, usa subterfúgios para não agir."

O governador também criticou a criação do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP) e disse que não pode ser comparado ou igual ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, uma doença é tratada de forma igual em todos os estados, no entanto, a criminalidade é diferente em cada estado, e por isso deve ser de responsabilidade estadual.

"A criminalidade tem característica local e você deveria ter um sistema integrado de segurança pública. Mas você viu uma decisão agora de que a Polícia Federal está impedida de agir com as outras polícias. Como você quer combate à criminalidade, se você isola uma polícia?", criticou.

União Brasil e demissão de Juscelino Filho

Durante a coletiva, Caiado também comentou sobre a saída do ministro Juscelino Filho, após denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo ele, a decisão é de "foro pessoal", e afirmou não ter conhecimento sobre os motivos que levaram à saída do ministro.

"Sou uma pessoa que respeita as decisões internas do partido. A minha posição, sempre foi uma posição conhecida por todos vocês, de 40 anos na vida pública, nunca teve da minha parte nenhum alinhamento com o governo do PT, nunca na minha vida fiz nem coligação, nem parceria, pelo motivo simples, porque nós somos em posições antagônicas", reforçou.

Em relação a candidatura própria para presidência 2026, apesar do partido defender a reeleição de Lula, Caiado afirmou que tem 'experiência política para saber separar as coisas" e que suas convicções divergem de muitos do seu partido, o União Brasil.

"Eu tenho a convicção absoluta que eu acho que quando a ficha cair, ou quando eles acordarem, eles vão ver que o eleitorado não está lá. Porque aí, não sei como é que vai ser essa migração, mas que ela vai acontecer, vai. Porque a certeza absoluta que nós temos hoje é que nós vamos ganhar as eleições. Essa é a maior certeza que tem em 2026", disse.

Por fim, o governador afirmou que sua avaliação positiva como gestor o credencia como um nome forte na disputa presidencial: "Eu sou o mais bem avaliado governador do país por três anos suscetíveis. Então, posso dizer que nós temos uma experiência de gestão, de responsabilidade fiscal, de ações concretas para garantir educação, em primeiro lugar no IDEB, de segurança pública, enfim. Então, nós temos credenciais para o debate", enalteceu.

VEJA TAMBÉM:

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

OSZAR »