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O presidente dos EUA, Donald Trump, se mostrou aberto a fechar acordos sobre tarifas com diferentes países, desde que os afetados lhe ofereçam "algo fenomenal", segundo disse a repórteres a bordo do Força Aérea Um, o avião presidencial americano.
Questionado se estaria aberto a fechar acordos com os países aos quais impôs tarifas, Trump disse: "Bem, depende. Se alguém diz que vai nos dar algo fenomenal, contanto que nos dê algo bom, por exemplo com o TikTok. Temos uma situação em que a China provavelmente dirá: 'Vamos aprovar o acordo, mas o que vocês vão fazer sobre as tarifas?'".
"As tarifas nos dão um tremendo poder de negociação. Sempre deram. Eu as usei muito bem na primeira administração. Agora estamos levando isso a um nível totalmente novo", acrescentou.
Trump esclareceu que não está tendo conversas concretas sobre o assunto com a China, que teve suas exportações aos EUA taxadas em 54%: "Não, estou apenas usando isso (o TikTok) como exemplo", assegurou.
No entanto, quando questionado pelos jornalistas, Trump ressaltou que está "muito perto" de chegar a um acordo para garantir o futuro do TikTok no país, já que vence no sábado o prazo estabelecido por Washington para o aplicativo se desvincular de sua controladora chinesa, a ByteDance, nos Estados Unidos.
"Estamos muito próximos de um acordo com um grupo muito competente de pessoas", disse.
Nesse sentido, destacou que o TikTok tem "múltiplos" investidores interessados, mas não os nomeou. De acordo com a imprensa americana, a corrida para adquirir o popular aplicativo está sendo liderada por Amazon, Oracle e o fundador do OnlyFans.
Nesta quinta-feira, em uma entrevista à emissora Fox News, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, expressou esperança de que o futuro do TikTok seja resolvido antes do prazo final de sábado.
O Congresso anterior, sob o comando do ex-presidente Joe Biden (2021-2025), aprovou uma lei exigindo que o aplicativo encontrasse um investidor de um país que não fosse considerado um "adversário" antes de 20 de janeiro, quando Trump assumiu o cargo.
Após não conseguir chegar a um acordo, o aplicativo ficou fora do ar por algumas horas no país até que o republicano, em seu primeiro dia de volta à Casa Branca, assinou uma ordem executiva concedendo uma extensão de 75 dias, prazo que expira neste sábado.
Na quarta-feira, em um dia que batizou como "Dia da Libertação", Trump impôs uma tarifa mínima de 10% sobre as exportações aos EUA de 184 países e territórios, incluindo a União Europeia (UE).
No caso da China, o país anunciou uma tarifa de 34%, somando-se aos 20% já em vigor, elevando o total para 54%.
Conteúdo editado por: Isabella de Paula