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Dezenas de estudantes foram detidos na Universidade de Washington (UW), no nordeste dos Estados Unidos, após ocuparem um prédio durante uma manifestação crítica a Israel.
Em comunicado à emissora ABC News, a universidade confirmou, logo após o ocorrido, que "a polícia da UW estava posicionada no Prédio de Engenharia Interdisciplinar, que foi ocupado por várias dezenas de pessoas pouco antes do fechamento do prédio".
Um grupo chamado Estudantes Unidos pela Igualdade e o Retorno dos Palestinos (Students United for Palestinian Equality and Return ou SUPER, na sigla em inglês) assumiu a responsabilidade pela ação e alegou que estava "lutando" para que a universidade encerrasse seu relacionamento com a fabricante americana Boeing devido aos negócios da gigante manufatureira com Israel.
O prédio de engenharia onde ocorreu a ocupação foi parcialmente financiado por uma doação de US$ 10 milhões da Boeing, segundo informa o próprio site da instituição.
Um porta-voz dos organizadores disse à KOMO, uma afiliada da ABC News em Seattle, Washington, que o protesto tem como objetivo eliminar "a influência da Boeing e de outras empresas de manufatura do nosso espaço educacional".
O porta-voz da universidade, Victor Balta, disse que "cerca de 30 indivíduos" dentro do prédio foram presos. Entre as acusações estão invasão e destruição de propriedade, conduta desordeira e conspiração.
As acusações serão encaminhadas aos promotores do condado, segundo afirmou Balta, acrescentando que todos os alunos envolvidos no ato também serão encaminhados ao Escritório de Conduta Estudantil.
Mais de um ano atrás, militantes críticos a Israel ocuparam os campi da UW por três semanas e montaram um acampamento pró-palestinos, exigindo que a escola cortasse seus laços com o país do Oriente Médio e com empresas que mantivessem relações comerciais.
No entanto, o movimento foi dissolvido depois que o grupo chegou a um acordo com a universidade e em meio a preocupações com pichações antissemitas aparecendo no centro.
A Super UW, que reivindicou a ação, é um “grupo estudantil suspenso” na universidade, segundo o porta-voz da instituição, que denunciou a declaração do grupo sobre a ocupação como “antissemita”.