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A nova produção brasileira “Aparecida” quer contar como a imagem da padroeira do Brasil foi encontrada por pescadores, em 1717, no período colonial. A proposta da produção é narrar o milagre da aparição da imagem santa e também retratar um período da história do país pouco conhecido, entre a corrida do ouro e início do ciclo do café, segundo o roteirista Higor Mattos.
“É um filme que fala de um recorte do Brasil, com valores universais. Tem a expansão bandeirante, os Jesuítas, a descoberta do ouro, a chegada do café, o Brasil escravocrata e o milagre que marcou o Brasil”, diz Mattos, que também é um dos sócios da produtora Rosário Filmes, responsável pelo filme.
Assim como o sucesso americano “The Chosen — Os Escolhidos” (série que inovou ao centrar a narrativa nos discípulos de Jesus), Aparecida está sendo produzida a partir de financiamento coletivo – o chamado crowdfunding. Até agora, foram recebidos cerca de R$ 250 mil. A meta é chegar a R$ 30 milhões.
A proposta, segundo ele, é investir em uma grande obra cinematográfica, de qualidade. O longa terá direção de Breno Moreira, que também é sócio, assim como Isaac Newton Raitz, e traz no elenco os atores Juliano Cazarré — ator conhecido por ser conservador e pró-vida, Alanis Guillen e Milhem Cortaz.
"Existe uma demanda reprimida por esse tipo de obras com valor de fé, com produções de qualidade”, diz Mattos.
A história de Aparecida
O filme narra a história de três pescadores que encontram imagem daquela que se tornaria a futura padroeira do Brasil, no Rio Paraíba do Sul, na então Vila de Santo Antônio de Guaratinguetá (que no século XVIII ganharia o nome de Aparecida), durante a visita do Governador e Capitão-geral da Capitania de São Paulo e das terras das Minas Gerais, Dom Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, o Conde de Assumar.
Mattos é católico e conta com paixão sobre como os pescadores encontraram primeiro o corpo da imagem e dois a três quilômetros adiante acharam a cabeça, bem como os milagres que vieram depois. Um deles, inclusive foi para os três pescadores nesta mesma noite. Depois de uma madrugada difícil e sem conseguir um peixe sequer, eles conseguiram uma grande pescaria após a aparição da imagem da santa.
“A escolha de contar esse momento do Brasil”, diz Mattos, “não foi somente religiosa, mas, embora, nem todo brasileiro acredite seja devoto e acredite nos milagres, a padroeira conecta as pessoas de alguma forma país afora.”
“Nossa Senhora Aparecida está em símbolos nas ruas, casas, comércios. Lembra uma avó, uma tia. Tem essa força e resgate histórico. E tem outro aspecto interessante: se espalha pelo Brasil e por várias classes sociais. Vai encontrar romeiros dos paupérrimos aos mais ricos”.
O lançamento será no cinema. A data inicial estava prevista para este ano, mas como a equipe pretende lançar o filme no dia 12 de outubro, data de celebração da padroeira, é possível que fique apenas para 2026. “Para nós, é importante que seja no dia 12”, afirma Mattos.
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