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A secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, a embaixadora Tatiana Rosito, afirmou que o “protecionismo põe investimentos em risco e leva à revisão das projeções de crescimento”.
A fala foi dita após reunião dos representantes dos ministérios de finanças e dos bancos centrais do Brics, nesta terça-feira (22), em Washington, nos Estados Unidos. A reunião foi parte da programação dos encontros de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
“Nos anos recentes, a economia global tem mostrado resiliência ante a diversos choques. Entretanto, a recuperação em relação a estes choques vinha se mostrando desigual. A emergência unilateral de posturas protecionistas altera esse cenário”, disse Rosito.
A declaração foi dada em meio à tensão criada pela política tarifária adotada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Organismos financeiros internacionais já estão revendo as projeções de crescimento para baixo. A incerteza resultante prejudica investimentos. Os efeitos completos para o desenvolvimento sustentável ainda precisam ser conhecidos”, completou a secretária.
Ao fazer um balanço sobre o encontro, Rosito disse que o Brics tem um potencial de “força estabilizadora” apesar de o cenário internacional estar muito difícil.
Rosito está representando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nas reuniões. A secretária encerrará sua participação no evento nesta quarta-feira (23), depois de discutir sobre a COP30, que será realizada em Belém, no Pará.
Rosito tem reforçado o comprometimento do governo brasileiro com a pauta climática e a “governança global”.
FMI reduz previsão de crescimento do PIB do Brasil
Também na terça-feira (22), o FMI reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira para 2% em 2025 e 2026, uma diminuição de 0,2 ponto percentual em relação ao que havia sido estimado em janeiro.
A revisão na projeção de crescimento consta na nova edição do relatório World Economic Outlook (WEO).
Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central, a mediana das estimativas do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é de 2,0% em 2025 e 1,7% em 2026.
Para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no entanto, há a expectativa de que chegue próximo aos 3% mesmo com a inflação ainda acima do teto da meta.
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