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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desafiou o Partido Liberal (PL), sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, a votar junto com o PT em favor dos projetos que limitam as aposentadorias de militares e os supersalários. A provocação do ministro foi feita durante participação no Flow Podcast, neste sábado (8).
“Está feito aqui o desafio. Vamos ver se o presidente do PL, quem quer que seja, chega e fala: O Haddad está certo, vamos apoiar esses dois projetos do governo. Vamos ver. Porque ele [o ex-presidente Jair Bolsonaro] fez a reforma da Previdência e não incluiu os militares”, disse Haddad.
“Se o PT e o PL concordarem em limitar a aposentadoria de militares e supersalários, esses projetos serão aprovados em duas semanas. O PT é a favor. Está feito o desafio para o PL Nacional”, escreveu o ministro em uma publicação no X ao compartilhar um trecho da entrevista no podcast.
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Na sexta-feira (7), em entrevista à Globonews, Haddad reforçou o acordo feito entre o governo e o congresso para a votação das duas propostas.
“Temos aí, a aposentadoria dos militares que precisa ser votada, temos a lei dos supersalários prevista agora na Constituição que precisa ser votada. Isso não foi votado no ano passado, mas temos o compromisso das duas Casas de que assim que as novas mesas estiverem instaladas, vão se debruçar sobre esses temas que também tem um aspecto de transparência e moralidade pública muito importantes”, afirmou Haddad.
Segundo nota técnica do Centro de Liderança Pública (CLP), apenas 1% da população brasileira tem renda equivalente ou superior ao teto do funcionalismo público.
Em relação à aposentadoria de militares, o governo Lula determinou uma regra de transição que deve se estender até 2032.
De acordo com a nova regra, até 2032, os integrantes das Forças Armadas que estiverem prestes a completar 35 anos de serviço, precisarão pagar um "pedágio" de 9% do tempo restante na ativa antes de passarem para a reserva.
Inflação de alimentos
Ao falar sobre o aumento dos preços dos alimentos e a alta do dólar, Fernando Haddad disse que a inflação aumentou porque o Brasil cresceu.
"Essa calibragem é fundamental para continuar crescendo com inflação minimamente controlada”, afirmou.
O ministro ainda aposta em uma "supersafra" para conter o aumento dos preços dos alimentos.
"Acredito que uma série de produtos mais caros vão reduzir com a entrada da safra este ano, uma supersafra. Tudo indica que será uma supersafra, ao contrário do ano passado", disse.
Haddad também aposta na redução do preço do dólar frente ao real para ajudar na redução do preço dos alimentos.
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