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O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que é também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, se reúne nesta quinta (6) com representantes do setor de alimentos para buscar medidas que baixem os preços. A escalada da inflação nos supermercados desde o ano passado é o item que mais pesa na queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), segundo apontaram pesquisas de opinião divulgadas em fevereiro.
Pela manhã, Alckmin reúne ministros ligados diretamente à produção de alimentos, como Agricultura e Desenvolvimento Agrário, para discutir possíveis propostas e projeções que serão apresentadas aos produtores à tarde. Entre os representantes que estarão presentes, estão supermercadistas, processadores de proteínas, açúcar, óleos vegetais e biocombustíveis, entre outros.
Há a expectativa de que Lula anuncie medidas de efeito imediato após as reuniões da tarde, segundo explicou o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, a jornalistas no final da manhã.
Os alimentos tiveram uma alta de 7,7% em 2024 em comparação a 2023, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Apesar disso, analistas projetam desaceleração nos preços ao longo do ano. Em janeiro, a inflação do setor foi de 0,96%, abaixo do 1,18% registrado em dezembro.
O impacto dos preços na economia também foi evidenciado na pesquisa de opinião Genial/Quaest de fevereiro nos oito estados mais populosos do país, que mostrou o custo dos alimentos como principal preocupação dos entrevistados. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reconheceu as críticas e explicou que os maiores aumentos ocorreram em produtos que lideram as exportações brasileiras.
“Nós temos um problema conjuntural de preços de alimentos com perfil de commodities que dispararam no mercado internacional. O Brasil virou o supermercado do mundo, passou a exportar não só alimentos processados, mas também in natura”, justificou citando aumentos dos preços de alimentos como carnes, café, laranja, cacau, milho e açúcar, este último dizendo que sem uma explicação.
Costa ainda disse que a expectativa é de que os preços baixem até o meio do ano devido ao aumento da safra. Ele ressaltou que Lula já iniciou um diálogo com representantes do setor para discutir soluções que acelerem essa redução de custos.
O governo conta, ainda, com o recuo do dólar para reduzir o preço dos produtos importados que abastecem o mercado brasileiro. E, ainda, com propostas sugeridas pela Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA), como redução de impostos sobre determinados alimentos.
Paralelamente a toda essa discussão, Rui Costa buscou minimizar a queda na popularidade do presidente ao enfatizar que pesquisas eleitorais para 2026 ainda indicam cenário favorável a Lula.
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