Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise do IOF

Governo não cortará gastos de áreas sociais para compensar derrubada do IOF, diz ministra

Esther Dweck
Esther Dweck diz que governo ainda avalia alternativas à perda de arrecadação com a derrubada do aumento do IOF. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Ouça este conteúdo

A ministra Esther Dweck, da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), afirmou nesta terça (1º) que o governo federal ainda avalia alternativas para compensar a perda de receita pela derrubada do decreto que aumentaria as alíquotas o IOF, na última semana.

Embora reconheça que precisará contingenciar recursos do orçamento, Dweck afirma que a equipe econômica trabalha para evitar cortes em áreas sociais. No entanto, ela não explicou onde ocorrerá um novo contingenciamento -- a estimativa é de que as perdas fiquem em torno de R$ 12 bilhões.

“A gente está vendo outras fontes de receita, mas as receitas da MP [medida provisória] e do decreto do IOF eram muito importantes, e foi o que permitiu que a gente não fizesse um contingenciamento tão grande no último relatório”, explicou Dweck a jornalistas em um evento do BNDES.

VEJA TAMBÉM:

Esther Dweck afirmou que o novo relatório de avaliação de receitas e despesas será apresentado até o dia 22 de julho já com as novas estimativas sem o aumento do IOF.

Segundo a ministra, o governo tenta agora manter o equilíbrio fiscal sem comprometer programas voltados à população mais vulnerável. Ela, no entanto, rechaçou a ideia de reduzir os pisos constitucionais de saúde e educação, uma das alternativas que chegaram a ser ventiladas pelos deputados.

“Quando o governo corta algum benefício social, ele não está cortando dele mesmo, está cortando da população. E é isso que a gente tem discutido, que essa talvez não seja a melhor solução. Quando falam que tem que tirar os pisos de saúde e educação, não é um dinheiro para o governo, é para a população brasileira”, pontuou.

VEJA TAMBÉM:

Esther Dweck ainda reforçou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que é preciso manter os mais pobres dentro do orçamento público, defendendo justiça tributária com medidas que busquem reequilibrar a estrutura tributária do país, como o combate a supersalários no serviço público.

Embora reconheça que algumas propostas do Executivo enfrentam resistência no Congresso, a ministra afirmou que o debate faz parte do dia a dia das negociações entre o Executivo e o Legislativo.

“Existe uma responsabilidade muito grande do Congresso brasileiro. A gente já teve vários ganhos, o presidente Hugo Motta recentemente elencou várias medidas que foram aprovadas. E esse é um processo contínuo. Faz parte do Legislativo questionar algumas medidas do Executivo e vice-versa”, completou.

Um pouco mais cedo, o advogado-geral da União, Jorge Messias, confirmou que o governo entrará na Justiça para retomar os efeitos do decreto que aumenta o IOF, mas com a alegação da prerrogativa constitucional do presidente em majorar o tributo.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

OSZAR »