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Dados da Resenha Regional do Banco do Brasil, publicada no último dia 8, apontam que os estados das regiões Centro-Oeste e Norte deverão ter os crescimentos mais expressivos no Produto Interno Bruto (PIB) em 2025, puxados principalmente pela supersafra prevista para o setor do agronegócio para este ano.
Os destaques estão com o Mato Grosso, com crescimento previsto de 5,8% — consequência da estimativa de produção de soja que deve aumentar quase 25% em relação ao ano passado —, e com Mato Grosso do Sul e Rondônia, ambos com 4,7%. Excetuando Amazonas e Distrito Federal, todos os outros estados do Norte e Centro-Oeste deverão apresentar avanço de pelo menos 3% no PIB em 2025.
Separando apenas o agro, a projeção é de que o PIB do setor cresça 6%, frente a um recuo de 3,2% registrado em 2024. O maior crescimento deverá ser no Centro-Oeste, com 11,7%, sendo que a região Sul aparece em segundo lugar, com 8%, alavancado pelo Paraná, que poderá superar em 14% o crescimento do PIB agropecuário neste ano.
“Na perspectiva regional, o crescimento deverá ser heterogêneo e mais forte nas localidades com maior dependência do agro diante da supersafra deste ano, enquanto aquelas mais industrializadas deverão crescer menos em resposta ao ambiente monetário mais contracionista”, informa o documento do Banco do Brasil.
Nesse cenário antagônico entre agro e indústria, a região Sudeste é a que tem a menor projeção de crescimento do PIB em 2025, com 1,8%. São Paulo, por exemplo, que representa um terço da produção industrial no país, deve crescer 1,7%, acima apenas de Pernambuco e Rio Grande do Sul — no caso do estado do Sul, a menor projeção ainda se dá em virtude das enchentes do ano passado e de outros eventos climáticos extremos.
De acordo com o Banco do Brasil, a atividade industrial sofre as influências da política monetária mais restritiva, com aumento das taxas de juros. “Esse cenário tende a impactar o custo do crédito, assim como as decisões de novos investimentos. Sob a ótica da demanda, essa conjuntura também impacta negativamente o consumo das famílias”, aponta o banco.
Colocando todos os setores, inclusive de serviços, a economia brasileira deverá encerrar 2025 com crescimento de 2,2%, o que representa um recuo em relação ao ano anterior, quando foi registrado um avanço de 3,4%. Abaixo, as projeções de crescimento do PIB separados por região e estado, segundo a Resenha Regional do Banco do Brasil.
Norte: 3,2%
- Rondônia: 4,7%
- Acre: 3,4%
- Amazonas: 1,8%
- Roraima: 3,7%
- Pará: 3,4%
- Amapá: 3,1%
- Tocantins: 3,8%
Nordeste: 2,2%
- Maranhão: 1,9%
- Piauí: 3,7%
- Ceará: 2,2%
- Rio Grande do Norte: 1,8%
- Paraíba: 3,0%
- Pernambuco: 1,4%
- Alagoas: 2,5%
- Sergipe: 1,7%
- Bahia: 2,7%
Sudeste: 1,8%
- Minas Gerais: 2,5%
- Espírito Santo: 2,3%
- Rio de Janeiro: 1,5%
- São Paulo: 1,7%
Sul: 2,3%
- Paraná: 3,1%
- Santa Catarina: 2,6%
- Rio Grande do Sul: 1,2%
Centro-Oeste: 3,9%
- Mato Grosso do Sul: 4,7%
- Mato Grosso: 5,8%
- Goiás: 4,2%
- Distrito Federal: 2,5%
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